Sera que existe clubismo no var 

06/09/2020

O Brasileiro já começa chamando o AAV de VAR e depois quer que a tecnologia lhe seja simpática. É complicado quando você começa a relação já errando o nome da pessoa.

Falo isso, pois em português a tecnologia recebe o nome de Árbitro Auxiliar de Vídeo (AAR) e VAR é acrônimo da denominação em inglês que é Video Assistant Referee.

Mas a pergunta que hoje me proponho a fazer aqui é a seguinte: o VAR funciona bem no futebol brasileiro?

Ou toda essa implicância seria alguma reminiscência daquela nossa conhecida tendência a achar tudo que é de fora melhor, que o Nelson Rodrigues bem chamou de Complexo de Vira-latas?

Em primeiro lugar, é preciso dizer que o torcedor brasileiro é movido unicamente pela força transcendental do clubismo e, por isso, só apoia o VAR quando lhe convém.

Ser clubista não é um erro, mas o sujeito não pode esquecer que o VAR é pau de dar em chicos e franciscos, às vezes num mesmo jogo. Ele vai te ajudar, sim, mas nem sempre.

Não dá pra achar que o VAR é lindo quando favorece o seu time e dizer que só funciona na Europa quando o seu clube tiver que suportar as forças inclementes de uma revisão desvantajosa.

" Eu nunca fui simpático ao VAR, mas sem a tecnologia a gente volta aos resultados eternamente chorados que eram confirmados em campo sem a revisão necessária de antigamente. Deus me livre. "

CARTER BATISTA

O VAR estraga, sim, um pouco o jogo, tira sua dinâmica, muitas vezes altera a atmosfera de uma partida, pois como o futebol é movido pela emoção, uma pausa pode refrear uma equipe que estava pressionando e atravessando um melhor momento no jogo. Isso tudo acontece, sim, mas o VAR é um mal necessário.

Mas sejamos honestos, sobre aplicação da tecnologia no futebol brasileiro, quem critica tem muita razão. Aqui a demora é insuportável.

Para se confirmar ou descartar uma infração leva-se uma eternidade. Além disso, o VAR não pode continuar sendo uma muleta, muito menos a principal figura da arbitragem.

As decisões do juizão em campo ainda devem prevalecer, salvo nos casos capitais que estão previstos na própria regra. Esses são os princípios básicos que devem nortear a atuação do auxiliar na frente da telinha para que ele deixe o jogo seguir e tente ser mais ágil na hora que for chamado a intervir.

A santa, a pura verdade é a seguinte: ninguém aguenta o VAR, mas ele é precioso. A única coisa pior que o VAR hoje em dia é um jogo sem VAR.

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